Por que é sempre ao anoitecer?
Seria o ponto crítico da fragilidade?
Momento este em que receio em fechar os olhos,
Pois sei que o sono dará asas ao meu desejo
E meus sonhos confundem a realidade.
O subconsciente não conhece remorsos...
Tudo o que é mais lindo,
Aquela sintonia perfeita,
Os olhos de um compromisso e
Dizeres que não usam uma só letra.
Carícias, romantismos e afeto,
No mais detalhado do ato.
Insuportável é a dor de acordar
Quando a epifania é trazida pelo raiar
Saio do tudo e caio no nada.
E no fundo eu sabia
Que sua atenção demasiada
Só poderia ser obra da mentira.
Suas feições estão ao meu redor,
Um cenário que pertence só a mim.
Mesmo tendo a plena certeza
Que te amar de qualquer maneira
Seria o começo do fim.
Nunca me senti tão tola
Ao ponto inventar lembranças
E foi nesse conto de fadas
Onde cultivei falsas esperanças.
Está ficando mais difícil sorrir,
Já não convenço que estou bem,
Tarefa árdua calar o coração
E lhe tratar com a indiferença que convém.
Só preciso te superar,
Jogar esse sentimento no escuro.
Trancar, conferir e checar.
Preciso tornar o meu sono seguro.
As vezes que tive você,
Eu sei, foram quase nulas,
Mas em todo amanhecer
Eu juro que te deixarei.
Tento ao máximo te esquecer e
Finjo que nunca te amei,
E então eu me levanto
Contando com meu juramento,
Mas é só te evitar
E lá estou com você no pensamento!
Daisy Weberling